A Domesticação do Turismo: estratégias Pataxó na relação com agentes e agências de turismo em Coroa Vermelha
Author
Neves, Sandro CamposDate
2015Abstract
As relações entre os índios Pataxó de Coroa Vermelha, município de Santa Cruz Cabrália -BA e os agentes
de turismo regionais, notadamente as agências de turismo receptivo são fundamentais para a sociabilidade local.
Através da realização de pesquisa etnográfica em visitas intercaladas à aldeia de Coroa Vermelha, compreendendo
um período total de oito meses, observei e descrevi a contemporaneidade do processo de implantação entre eles
da atividade turística, sem descuidar de uma perspectiva diacrônica. Proponho a interpretação desse processo
como a apropriação indígena do turismo, na expressão que utilizei para descrever o que compreendo como a
pacificação/domesticação pelos índios da atividade turística. Nesse processo, conforme descrevo, os Pataxó lançam
mão de sutis e sofisticadas estratégias de emulação, imitação e contraste com os conceitos e objetos “dos brancos”
utilizados para fazer o turismo. Proponho que através de uma leitura etnograficamente informada dessas
estratégias é possível compreender a forma como os Pataxó articulam a manutenção da tradição e a instituição
da mudança em sua sociedade, constituindo -se como protagonistas delas e não como suas vítimas. The relations between Pataxó Indians of Coroa Vermelha, in the municipality of Santa Cruz Cabrália
- BA , with the officials of regional tourism, particularly receptive tourism agencies are fundamental to local sociability. By conducting ethnographic research in the village of visits interspersed Coroa Vermelha, comprising a
total period of eight months, I observed and described the contemporaneity of the deployment including the tourism process, without neglecting a diachronic perspective. I propose to interpret this process as indigenous ownership of tourism, I used the expression to describe what they understand as the pacification / domestication by the
Indians of tourist activity . In this process, as I describe, the Pataxó resort to subtle and sophisticated strategies of
emulation, imitation and contrast the concepts and objects “whites” used to make tourism. I propose that through
a reading ethnographically informed of these strategies is possible to understand how Pataxó articulate the maintenance of tradition and the institution of change in their society, constituting them as actors and not as victims.